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Sobre o que é o filme Network?

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"Network," a obra-prima cinematográfica de 1976, representa uma profunda crítica à indústria televisiva e seu impacto sobre os valores sociais. O filme desvenda a complexa história de Howard Beale, o âncora em declínio do UBS Evening News, cujo infame colapso ao vivo, declarando "Estou p*** da vida e não vou mais aceitar isso!", torna-se uma sensação nacional. Este momento crucial, no entanto, é apenas o começo de uma narrativa repleta de temas intrincados e simbolismo.

No cerne do filme está Diana Christensen, uma implacável executiva de programação orientada por índices de audiência. Seus compromissos éticos na busca por audiência levam a uma parceria e romance complicados com Max Schumacher, um experiente executivo da divisão de notícias. Schumacher, discípulo do renomado Edward R. Murrow, testemunha a desintegração de sua respeitável divisão de notícias sob a agressiva busca de Christensen por índices de audiência.

O filme, dirigido por Sidney Lumet com um roteiro de Paddy Chayefsky, mescla com maestria sátira afiada com um drama envolvente. Antecipa de forma perspicaz o surgimento da TV reality e o sensacionalismo midiático. A narrativa critica audaciosamente a erosão da integridade jornalística, destacando a difusa linha entre notícias e entretenimento, e a influência avassaladora dos índices de audiência na tomada de decisões midiáticas.

Um tema fundamental em "Network" é a falta de consideração dos executivos de televisão pela qualidade do conteúdo, desde que os lucros não sejam ameaçados. Os surtos emocionais de Beale e apelos para ação pública são inicialmente abraçados pela rede, mas apenas até colocarem em risco os interesses financeiros da emissora. Isso espelha cenários reais na mídia, nos quais ganhos econômicos frequentemente eclipsam o valor do conteúdo.

A aparente loucura de Beale é uma metáfora comovente para o descontentamento social e demonstra a propensão da mídia para explorar crises pessoais em prol do entretenimento. O filme não economiza em demonstrar como o interesse público pelo colapso de Beale se traduz em índices de audiência estratosféricos, sublinhando a preferência da sociedade por drama em detrimento do conteúdo substancial.

Além disso, "Network" mergulha em temas mais profundos, como identidade, moralidade e o custo pessoal da ambição desenfreada. A busca obstinada de Christensen pelo sucesso a leva ao vazio emocional, refletindo uma visão crítica da natureza desumanizante da vida corporativa. Da mesma forma, a transformação de Beale em um "profeta enlouquecido das ondas do ar" simboliza o poder da mídia para manipular e mercantilizar identidades individuais.

Em conclusão, "Network" oferece uma condenação contundente da indústria televisiva, apresentando uma visão que ressoa com preocupações contemporâneas sobre a fusão entre entretenimento e realidade. Sua exploração das dinâmicas de poder na mídia, a manipulação do sentimento público e a erosão da ética jornalística permanecem tão relevantes hoje quanto na década de 1970.


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